Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124

O mercado de marketing brasileiro vive um momento de inflexão decisivo. Não se trata apenas de adoção incremental de ferramentas, mas de uma transformação estrutural na forma como marcas conectam com seus públicos. A convergência entre inteligência artificial generativa e estratégias de marketing sensorial está criando um novo paradigma onde a tecnologia não substitui a emoção, mas a amplifica em escala nunca antes vista. A pesquisa TIC Domicílios 2025, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, evidencia que 32% dos consumidores brasileiros já integram IA generativa em sua rotina diária, sinalizando não apenas adoção de massa, mas normalização de uma tecnologia que, até pouco tempo atrás, era vista como experimental [ref1]. Paralelo a isso, o e-commerce no Brasil explodiu com crescimento de 40%, alcançando 41 milhões de adeptos, criando um cenário perfeito para a experimentação de novas formas de engajamento [ref5]. Este contexto não é meramente estatístico; é a sinalização de que o consumidor brasileiro está pronto para experiências imersivas, personalizadas e autênticas—e as marcas que compreenderem essa nuance sairão à frente.
A campanha de Natal de 2025 testemunhou um salto impressionante: live marketing registrou crescimento de 50% em número de ações, segundo estudo da Macfor que mapeou o impacto das ativações de marketing sensorial sobre performance digital [ref2]. Marcas líderes como Coca-Cola e McDonald’s não apenas abraçaram IA generativa em seus elementos visuais, como estruturaram narrativas que ressoam emocionalmente com audiências fragmentadas. As árvores de LED da Seara em terminais urbanos de São Paulo exemplificam como o out-of-home tradicional evolui através de tecnologia, criando touchpoints físicos que dialogam com o mundo digital. Simultaneamente, agências como Hogarth desenvolvem frameworks específicos para escalar campanhas com IA—como demonstrado na campanha LG—mostrando que a questão não é mais "se" usar inteligência artificial, mas "como" integrá-la mantendo autenticidade e relevância cultural [ref3]. O relatório "Generative Realities" da Dentsu identifica cinco temas que orientarão marcas em 2026, todos pivotando em torno da tensão entre aceleração tecnológica e reconexão humana—uma dicotomia que, paradoxalmente, é onde reside a maior oportunidade estratégica.
As implicações para profissionais de marketing e growth são profundas e multiface. Primeiro, há deslocamento claro da competição: não compete mais apenas quem oferece o melhor produto, mas quem cria a melhor experiência integrada entre física e digital. Segundo, a qualificação profissional muda de patamar—dominar IA generativa deixa de ser diferencial e passa a ser competência básica em 2026. Terceiro, o Customer Lifetime Value ganha nova dimensão quando relacionamento contínuo é potencializado por personalização em escala [ref4]. A movimentação de lideranças no mercado—como a promoção de Leandro Barreto a CMO global da Unilever—reflete urgência das corporações em realinhar suas estruturas para capturar essas oportunidades. Para marcas brasileiras, a lição é clara: não basta acompanhar tendências globais. É necessário localizar inteligência artificial e marketing sensorial para contextos culturais específicos, replicando o que Coca-Cola e McDonald’s já demonstraram. O crescimento de 50% em live marketing não é coincidência; é resposta do mercado à demanda por autenticidade em tempo real, áudio-visual e imediato. Marcas que construírem capacidades internas ou parcerias estratégicas para escalar experiências ao vivo—híbridas entre digital e físico—conquistarão não apenas engagement, mas lealdade duradoura em um mercado cada vez mais fragmentado e exigente.