Inovação com dados: como usar analytics para criar produtos e experiências

Inovação com dados: como usar analytics para criar produtos e experiências

Do dado bruto à oportunidade concreta

Quase toda empresa diz ser data-driven. Poucas, porém, conseguem transformar analytics em inovação com dados de verdade: novos produtos, serviços, experiências e receitas. O ponto de virada está menos na tecnologia e mais em como o time organiza a jornada do dado até o experimento em produção.

Um bom começo é estruturar a inovação com dados em três camadas: descoberta, desenho e decisão. Na descoberta, o foco é mapear fontes (produto, CRM, suporte, canais digitais) e consolidar tudo em um ambiente analítico, como BigQuery, Snowflake ou Lakehouse corporativo. Na camada de desenho, entram frameworks de inovação que conectam insights a hipóteses de valor de negócio. Na decisão, os times de produto e negócio priorizam o que vira teste, com governança clara de métricas, riscos e retorno esperado.

Esse encadeamento cria uma esteira contínua: dado vira insight, insight vira hipótese, hipótese vira experimento e, se funcionar, vira feature, serviço ou nova jornada de cliente.

Frameworks, casos e a tradução de analytics em roadmap

Para tirar analytics do papel, alguns frameworks ajudam a organizar o caos. O primeiro é o duplo diamante aplicado a dados: explorar o que os dados revelam (divergir), focar em problemas relevantes (convergir), gerar soluções possíveis (divergir de novo) e, por fim, selecionar testes factíveis (convergir). A cada etapa, dashboards e modelos preditivos sustentam as escolhas, evitando decisões guiadas apenas por opinião.

Outro caminho é combinar jobs to be done com analytics. Em vez de olhar só para segmentos demográficos, o time cruza dados de comportamento com o ‘trabalho’ que o cliente tenta resolver. Exemplo: um app de mobilidade descobre, via análise de jornadas e horários, um cluster de usuários que só precisa de previsibilidade para ir ao trabalho. A partir daí, nasce um produto de assinaturas com rotas pré-agendadas, precificado com base em dados históricos de demanda e cancelamento.

Há, ainda, o uso de modelos de propensão e recomendação para criar experiências personalizadas. No e-commerce, algoritmos de recomendação alimentados por analytics em tempo real já sustentam vitrines dinâmicas e promoções individualizadas, aumentando ticket médio e frequência. Em serviços financeiros, scores de risco e de afinidade ajudam a desenhar pacotes de crédito e seguros sob medida, equilibrando apetite de risco e oportunidade de receita.

Tendências em analytics que destravam inovação com dados

Três movimentos de mercado estão acelerando a inovação com dados. O primeiro é a integração de IA generativa aos ambientes de analytics: times de negócio passam a fazer perguntas em linguagem natural e recebem insights, simulações e resumos automaticamente, democratizando o acesso à inteligência analítica. Isso reduz a dependência de times altamente técnicos e abre espaço para mais gente propor ideias baseadas em evidência.

O segundo movimento é o avanço de plataformas low-code e no-code em BI. Elas permitem que PMs, analistas de marketing e squads criem seus próprios painéis, testem cortes de dados e validem hipóteses em dias, não em meses. Na prática, surgem micro-laboratórios de inovação espalhados pela empresa, todos conectados a uma mesma fonte de verdade.

Por fim, a orquestração de dados em tempo real e modelos preditivos embarcados nos produtos tornam a inovação contínua. Em varejo, algoritmos ajustam sortimento e preços dinamicamente; em indústria, predição de falhas orienta serviços avançados de manutenção; em serviços digitais, experimentação A/B permanente realimenta o backlog de produto. Quem conseguir combinar estratégia clara, governança de dados e cultura de experimentação terá, na inovação com dados, a principal vantagem competitiva dos próximos anos.

Referências

  • Relatórios de tendências em data analytics e automação de IA
  • Materiais de consultorias sobre inovação orientada a dados
  • Estudos de casos de varejo, fintechs e empresas SaaS data-driven
Marcel Miccolis Pilipovicius
Marcel Miccolis Pilipovicius

Diretor de Marketing e Crescimento do GRI Institute

Marcel Miccolis Pilipovicius é um estrategista de Marketing e Crescimento especializado em posicionamento de marca, geração de demanda e integração de dados, conteúdo e tecnologia. Atualmente, ele lidera a reformulação global da marca do GRI Institute, um think tank global que conecta líderes do setor imobiliário e de infraestrutura, orientando sua transformação de um clube de networking em uma instituição de influência e impacto orientada pelo conhecimento.

Com uma carreira construída na interseção entre criatividade e desempenho, Marcel acredita que marcas fortes nascem da união entre propósito, clareza estratégica e execução baseada em dados. Sua abordagem combina visão institucional, inovação digital e liderança colaborativa para construir ecossistemas sustentáveis para comunicação, crescimento e valor de marca a longo prazo.

Artigos: 147

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